Banda: Gramophones
Disco: Melodias Classudas
Ano: 2002
Gênero: Rock Brasileiro
Faixas:
1. Canção para Você (Gramophones, Ourique) 2:56
2. Não Entendem Nada (Gramophones, Venhofen, Richter) 2:54
3. Naquele Elevador (Gramophones, Richter) 3:39
4. Meio da Noite (Gramophones, Rosato, Richter) 3:28
5. Dia de Papo pro Ar (Gramophones, Ourique) 3:19
6. Pedaço de Você (Gramophones, Richter) 4:05
7. Suzana (Gramophones, Richter) 2:16
8. A Preferida (Gramophones, Richter, Ourique) 3:12
9. Podia Ser Pior (Gramophones, Ourique) 2:45
10. Tudo Vai Melhorar (Gramophones, Richter) 3:30
11. A Irmã do Meu Melhor Amigo (Gileno) 3:31
12. Garota Batavo (Gramophones, Richter) 3:08
13. Hunter Thompson (Gramophones, Richter) 4:03
14. Método Braille (Gramophones, Richter) 3:35
Créditos:
Ricardo Ourique: Contrabaixo, Violão, Guitarra, Vocal
Flavio Richter: Vocal, Pandeiro
Juliano Animal: Guitarra
Adriano Rock Rocha: Bateria, Percussão
Participações especiais:
Frank Jorge: Voz ("A Irmã do Meu Melhor Amigo")
Rafael Malenotti: Voz ("Dia de Papo pro Ar")
Luciano Albo: Guitarras, Vocais adicionais
Yanto Laitano: Piano, Órgão, Fender Rhodes
Alexandre Rossi: Harmônica
Resenha:
O texto a seguir, assinado por Alisson Avila, foi extraído do encarte do CD.
A música tem dessas coisas. Em Porto Alegre, por exemplo, há muitos músicos e bandas que expandem e oxigenam o som para várias direções. E ao lado disso, também existem tantos sujeitos que simplesmente já sabem o que querem, sem detrimento aos demais... E estes últimos, os que já sabem o que querem de antemão, não ficam angustiados ao depararem-se com o fato de que sua busca, entre tantas outras possibilidades, é apenas e tão somente de rock. Pensei nisso porque o disco de estreia dos Gramophones, embora múltiplo em ritmos e texturas, aponta na sua essência a uma única direção: o rock standard, aquele mesmo, que eternamente vai satisfazer os entusiastas. "Melodias Classudas", cujas canções já tocavam nas rádios antes mesmo de você ter esse disco nas mãos, tem o mérito de correr por fora do hype porto-alegrense – o que é ótimo.
A gravadora está estreando suas investidas roqueiras; os estúdios utilizados na gravação são apenas estúdios, ao alcance de qualquer um; a produção de Luciano Albo, ex-Cascavelletes, faz emergir um novo nome pra quem gosta de novos nomes... O que eu quero dizer é que esta posição fora do circuito "Como Ser Legal" aumenta as possibilidades para todo mundo na cidade, musicalmente falando. Flavio Richter, Ricardo Ourique, Rock Rocha e Juliano Animal são os quatro rapazes de Porto Alegre que não tiveram pudor algum em expor e misturar suas referências roqueiras de forma orgânica. "Melodias..." é um álbum variado em seus climas, mas que apesar disso (o que é mais um ponto a seu favor), não tornou-se vítima dos vírus do disco de estreia: aquela cara de "eclético, cosmopolita, avant-garde" chata, de quem quer abraçar tudo e, ao fim, não toca em nada. As influências das "Melodias Classudas" somam o rhythm and blues das old schools britânica e norte-americana, o hard rock, o mod, a jovem guarda brasileira e o pop sessentista, de modo geral. E trazem consigo uma coisa rara de ser vista hoje em dia: harmonias vocais. O resultado começa pelos rocks escancarados das duas primeiras faixas, Canção Para Você e Não Entendem Nada. Ambas vêm antes de Naquele Elevador – com arranjo distinto do conhecido nas rádios e emendada a Meio da Noite, uma das melhores do disco. Dia de Papo pro Ar, com solo de harmônica e tudo, conta com a grande presença de Rafael Malenotti, dos Acústicos e Valvulados.
A sexta faixa é uma bela balada sixtie, Pedaço de Você, seguida da levada bluesy elétrica de Suzana. O clima das letras, diretamente voltado ao universo feminino, só vai reiterando-se no decorrer das canções. A Preferida reúne aos teclados de Yanto Laitano um amplo sentimento de ser feliz, assim como em Podia Ser Pior, com o Ricardo cantando, e na positiva Tudo Vai Melhorar, conduzida por uma bela harmonia. Neste troca-troca de rocks explícitos e bucolismo 60's, surge a Irmã do Meu Melhor Amigo, versão do ídolo jovem-guardista Leno com a justíssima participação vocal de Frank Jorge. A divertida Garota Batavo, a gonzo-conhecida Hunter Thompson e a derradeira Método Braille – um rock direto, que nega os tradicionais finais de disco calminhos – fecham a parada. E quando aperto o play para ouvir o disco de novo, os sons me ajudam a concluir o que eu estava pensando uns quarenta e poucos minutos atrás: os caras são jovens, gostam de rock, estão cheios de boas intenções e não enchem o saco. Quer melhor para um disco de estreia?.
A gravadora está estreando suas investidas roqueiras; os estúdios utilizados na gravação são apenas estúdios, ao alcance de qualquer um; a produção de Luciano Albo, ex-Cascavelletes, faz emergir um novo nome pra quem gosta de novos nomes... O que eu quero dizer é que esta posição fora do circuito "Como Ser Legal" aumenta as possibilidades para todo mundo na cidade, musicalmente falando. Flavio Richter, Ricardo Ourique, Rock Rocha e Juliano Animal são os quatro rapazes de Porto Alegre que não tiveram pudor algum em expor e misturar suas referências roqueiras de forma orgânica. "Melodias..." é um álbum variado em seus climas, mas que apesar disso (o que é mais um ponto a seu favor), não tornou-se vítima dos vírus do disco de estreia: aquela cara de "eclético, cosmopolita, avant-garde" chata, de quem quer abraçar tudo e, ao fim, não toca em nada. As influências das "Melodias Classudas" somam o rhythm and blues das old schools britânica e norte-americana, o hard rock, o mod, a jovem guarda brasileira e o pop sessentista, de modo geral. E trazem consigo uma coisa rara de ser vista hoje em dia: harmonias vocais. O resultado começa pelos rocks escancarados das duas primeiras faixas, Canção Para Você e Não Entendem Nada. Ambas vêm antes de Naquele Elevador – com arranjo distinto do conhecido nas rádios e emendada a Meio da Noite, uma das melhores do disco. Dia de Papo pro Ar, com solo de harmônica e tudo, conta com a grande presença de Rafael Malenotti, dos Acústicos e Valvulados.
A sexta faixa é uma bela balada sixtie, Pedaço de Você, seguida da levada bluesy elétrica de Suzana. O clima das letras, diretamente voltado ao universo feminino, só vai reiterando-se no decorrer das canções. A Preferida reúne aos teclados de Yanto Laitano um amplo sentimento de ser feliz, assim como em Podia Ser Pior, com o Ricardo cantando, e na positiva Tudo Vai Melhorar, conduzida por uma bela harmonia. Neste troca-troca de rocks explícitos e bucolismo 60's, surge a Irmã do Meu Melhor Amigo, versão do ídolo jovem-guardista Leno com a justíssima participação vocal de Frank Jorge. A divertida Garota Batavo, a gonzo-conhecida Hunter Thompson e a derradeira Método Braille – um rock direto, que nega os tradicionais finais de disco calminhos – fecham a parada. E quando aperto o play para ouvir o disco de novo, os sons me ajudam a concluir o que eu estava pensando uns quarenta e poucos minutos atrás: os caras são jovens, gostam de rock, estão cheios de boas intenções e não enchem o saco. Quer melhor para um disco de estreia?.